sexta-feira, 3 de junho de 2011

Ao morrer um ruralista, que pipoquem foguetes no ar

Eu poderia tentar iniciar uma campanha "Mate um ruralista e faça um Brasil melhor", tamanha a minha raiva. Mas não, isso certamente me igualaria a um bando de filha da puta que nem pestaneja ao difamar o MST, por exemplo.
Outra coisa seria eu cometer o erro clássico da generalização, colocando no mesmo saco gente que vive da lida rural há tempos, com suas propriedades funcionando a todo o vapor, se virando afu pra plantar arroz, soja, e depois voltar ao arroz, porque a soja transgênica precisa ser tratada com veneno importado. Esses caras que ralam dia e noite chuleando o preço das sacas pra ou pagar a dívida ou pra trocar o carro não são da mesma laia dos que detonam tudo Brasil afora.
São chamados também de ruralistas, são ruralistas, quase todos flertando com o fundamentalismo da direita, seguem como marionetes aplausos a ações truculentas da polícia contra quem busca seus direitos nas ruas e seguem em coro a vaia à homenagem a um ativista morto covardemente por denunciar desmatamento na Amazônia, mas não são as cabeças pensantes desse "movimento".
Por certo não são iguais, mas, sim, ajudam.
Agora, como agir diante disso?
Saber da notícia da morte de pessoas que lutam por um país melhor por conta própria indigna, mas saber que isso é apoiado por representates oficiais da democracia brasileira em pleno plenário da Câmara dos Deputados revolta.
Não, não vivemos em um país livre.
Não, não vivemos democracia no Brasil.
Podemos ter elementos de uma democracia, mas não somos democracia.
O Estado tem, sim, aparatos pra encerrar desmantamentos, desmandos e pra colocar tudo que é podre pra reciclar na composteira - este cidadão e sua mulher assassinados comprovam isso, sem grandes aparatos, apenas com uma máquina fotográfica digital em mãos.
Mas não.
Se aprova um novo código ambiental que DIMINUI as áreas de proteção quando se deveria aprovar um código que diz: NÃO SE CORTARÁ MAIS NENHUMA ÁRVORE DENTRO DO TERRITÓRIO NACIONAL. Chega.
Basta viajar de avião para perceber a merda que está o meio ambiete.
Chega de áreas pra plantio extensivo.
E se a Kátia Abreu vier com a balela de que eles que plantam o alimento do povo brasileiro e precisam de mais área pra não deixar a população com fome, que alguém vire e mande-a pastar e se virar com quem está extensivamente plantando eucaliptos e outras árvores pra produzir principalmente papel.
Se eu fosse colhudo, eu mudava ainda o nome da campanha pra "Mate um ruralista e salve o Brasil". Depois, morressem aqueles da generalização, eu justificava a morte como efeito colateral, ou dizia que havia envolvimento do tráfico de drogas...

- Imagens das denúncias de casal assassinado no Pará
- Ibama encontra exploração ilegal de castanheiras no Pará

Mas não, prefiro me alienar mesmo.
Dale Grêmio!

Um comentário:

Anônimo disse...

(Jorge Nogueira)

Guga, por falar na questão agrária, dá uma olhada nisso aqui:

http://blogdomonjn.blogspot.com/2011/06/o-mst-esta-perdendo-razao-de-existir.html