sexta-feira, 30 de abril de 2010

Vitória na conta do Silas

Uma das virtudes que acredito o ser humano ter que cultivar é a da humildade.
É indispensável para se criar um ambiente democrático que seja possível a mudança de opinião.
Raul Seixas foi muito feliz - grande! - quando cunhou a frase: "Preciso ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo".
E faço a mea culpa com dois personagens decisivos na grande vitória de ontem: Jonas e Silas.
Jonas vem jogando demais. Estivesse no Santos, São Paulo ou Flamengo e estariam pressionando por sua convocação.
E Silas deu uma de Mourinho ontem - quem assistiu a Barcelona x Internazionale sabe do que estou falando.
Foi a ousadia do nosso treinador que conseguiu superar a adversidade de uma arbitragem mal intencionada, nitidamente orientada a expulsar alguém do Grêmio.
As substituições de meio tempo foram simplesmente empolgantes.
Manteve os dois atacantes, recuando Jonas, compondo um 3-4-2 que, para defender, tornava-se um 4-4-1, com duas linhas de quatro aproximadas e transformando a frente da área num ferrolho.
Claro, não era o Camp Nou, que tem dimensões normais no seu campo, era o Maracanã, com aquela extensão nababesca!
E também o adversário não era o Barcelona, então, com os largos espaços e contra um time mediano, a qualquer momento parecia que faríamos o terceiro gol - o que aconteceu de fato.
Me rendo ao nosso técnico por hora, a Jonas já por algum tempo e retomo minha confiança de que 2010 possa, sim, ser um grande ano Tricolor.
E, domingo, como disse o nosso presidente: VAMOS PARA CIMA DELES!!!

Dá-le!!!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Uma tarde de trabalho

Cadê a minha camiseta do Che Guevara?

Lembra quando éramos jovens e idealistas?
Lembra como pensávamos que poderíamos mudar o mundo?
A gente andava por aí de bermuda, estampando na cara os nossos ídolos, barba por fazer, cabelos compridos...
Nossos ideais nos alimentavam.
Lembra como ficávamos furiosos com a injustiça social?
Como discutíamos, inclusive, afinal de contas o que é injustiça social?
Lembra como você me dizia que não conseguiríamos, que estávamos delirando e que seríamos amassados pelo sistema?
E eu respondia que se isto fosse o mínimo a ser feito, então o faríamos com o máximo de dedicação.
Lembro de caminharmos pelas ruas e chorarmos a cada esquina em que assistíamos atônitos o tempo passar com a multidão surda-muda, pisoteando a pobreza com a pobreza de espírito.
Lembra como todos nos desacreditavam dizendo que não seria possível?
Que éramos sonhadores, românticos?
Pois é.
E onde eles estão agora?!
E nós?
Nós estamos aqui, escrevendo a história, construindo o futuro com as nossas ferramentas.
Lembra?!
Não?
Pois ainda vai acontecer...

- foto da entrevista com PC e Paulo Romeu, no Ponto de Cultura Odomode, aqui em Porto Alegre mesmo, para o filme sobre o Tambor de Sopapo

Maxi López detona Meira

Quanta coisa de bastidores não sabemos, hein?
Aí vem o corneteiro desse tal de Zini e consegue uma entrevista com o Maxi.
O argentino deixou a torcida Tricolor com água na boca de ver ele e o Borges juntos na frente.
Mas não deu.
Por quê?
Leia isso:

– Sempre tive respeito e carinho, mas creio que caras como Krieger (André Krieger, ex-diretor de futebol) e o Meira (Luiz Onofre Meira, atual diretor de futebol) são caras que não fazem bem ao Grêmio. Não gostei de duas ou três coisas… Bom, agora sou do Catania, estou tranquilo. Em algum momento vou voltar, mas sem caras como o Meira.

Acho mesmo que o cara não volta nunca mais.
Acho também que seria difícil ele ficar, porque é esperto, também "jogou" com o clube.
Mas ele deu nome aos bois.

- clique aqui para a íntegra

No Maraca

Não gosto de jogos no Maracanã.
Nem no Mineirão.
No Serra Dourada.
Morumbi mais ou menos.
De comum em todos?
Campos com dimensões grotescas, bem maiores que o normal - mesmo assim legais pelas regras da Fifa.
O Olímpico tem uma cancha de medidas mínimas, menores, inclusive, que as do Jaconi para se ter uma idéia.
Não gosto de jogar nesses campos grandes...

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O que se faz depois é que importa

O triunfo em um clássico eleva os espíritos da torcida vencedora a uma euforia sobre-humana. O extravaso dos risos e das brincadeiras perdura boas horas, bons dias. Cobrar do adversário, do amigo, todos aqueles momentos anteriores ao clássico, quando o duelo de empulhas nunca aponta o vencedor, é de excepcional glória.
No entanto, com o passar dos dias e com a proximidade do próximo jogo, essa euforia pode facilmente se esfacelar no lado vencedor e a tristeza se sintetizar em alegria no lado perdedor.
Penso isso principalmente para nós, Tricolores, pelo efeito temerário que as piadinhas de Silas e os sorrisos saltitantes de nossos dirigentes possam gerar em nossos jogadores na batalha pela Copa do Brasil.
Se não houver seriedade e concentração, torna-se muito possível uma acachapante derrota no Maracanã, e a derrocada pós-clássico será de mais dor do que se tivéssemos perdido logo de cara todas as esperanças lá no Beira Lago.
Mencionando-se, inclusive, o fato de que teremos, no domingo, novo GREnal...
Vencer o Fluminense - ou conseguir um bom resultado -, portanto, é premente para que a curva passe a ser ascendente de verdade, e não apenas um lapso na nossa trajetória futebolística na temporada. São mais três jogos para uma consolidação que vai mexer, sem dúvidas, com as correlações de forças para o Brasileirão.
Eu diria que a nossa temporada se define nos próximos 8 dias.
Há que se concentrar!

Dá-le!

DALI plus Disney

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Juçarinhas

Duas mudas de Juçara.
Provenientes de Presidente Getúlio.
Prontas para sua nova casa no Balneário Rosa do Mar.
Vão crescer num quintal meio estranho - ali, serão exóticas, afinal, sua origem são as encostas e as médias altitudes dos morros da Mata Atlântica.
Tudo dando certo, em 7 anos darão frutos.
Pelo regime de luz, que é grande no local, é possível que parem nos 3 ou 4 metros de altura.
Se tudo der certo, darão mais vida ao quintal trazendo pássaros pra comerem os seus frutos, fazendo companhia para a amexeira, a goaibeira e a mangueira que crescem também ali naquele ambiente.
Tudo dando certo, plantaremos mais Juçaras nesta praia.

Juçareando

A Catarse faz parte da Rede Juçara.
Juçara, uma palmeira nativa da Mata Atlântica.
Seu fruto, um tipo de açaí.
Do corte da Juçara, mata-se a mata e produz-se o palmito.
Da colheita do seu fruto, preserva-se a mata, a fauna e o produtor.
Faz-se a polpa.
Alimenta-se.

O que fica para mim do GREnada...

Uma vitória convincente contra um time que já foi grande e hoje flerta com a mediocridade seguidamente.
Na casa deles, claro, num clássico, claro, mas a euforia precisa ser cessada pela racionalidade.
O Grêmio vem muito mal neste ano, não chega a ser um eletrocardiograma porque a curva descendente do futebol demonstrado é regular.
No entanto, "lapsos" como este do Grenal são muito bem vindos e mostram um pouco do caminho que precisaria ser seguido pra se arrumar o 11 inicial.
Eu não assisti ao jogo, estava em deslocamento pelas estradas do interior de SC e, quando liguei o rádio, mais próximo a Torres, o Tricolor já fazia um a zero, William Magrão metia uma bola na trave e, mais adiante, Borges selaria a vitória.
Felicidade total, sim!
Mas ainda com o gosto amargo dos confrontos com o Avaí e a lembrança da desorganização do time e da falta de empenho.
Acho que agora é muito mais do que a hora certa pra se transformar o velho mito em realidade: "GRENAL ARRUMA A CASA".
Que quinta-feira, no Maracanã, se dê a confirmação, com boa apresentação e um resultado importante pra seguirmos na Copa do Brasil.
No mais, pra mim, o que valeu mesmo no chocolate do Beira Lago foi o imenso cala boca dado pra esta pedante torcida do interzinho.
Estava demais...

Dá-le!!!

ps: continuo não confiando em Silas, mas meu apoio é irrestrito

quinta-feira, 22 de abril de 2010

terça-feira, 20 de abril de 2010

Saudades de Cuba...

Uma gratificante surpresa encontrei em minha caixa de correio.
Em tempos de e-mail pra lá e pra cá, receber uma carta emociona.
Ainda mais uma dessas...

Mis queridos amigos.
Gustavo y Têmis.
Espero esten bién gracias a dios.
Tedire, le esperamos para este año en mi casa, todos esperando por ustedes, tenemos muchas ganas de verlos y compartir por la Habana juntos con mi guitarra (FIESTA)!
Cuando vengan avisen primero para saber y hacer buena cena. Pueden venir a mi casa y quedarse unos dias.
Gustavo cuando vengas si puedes traerme una funda o estuche de guitarra y cuerdas de nilón parecidas a las que enviaste aquella vez porque la necesito.
Ginza, Raul, Carla y Leticia, Susan - te envian besos y abrazos. Yo le comente que tu volvias a Cuba y estan contentos y esperan por ustedes.
Te dire que Susan esta en 2º año de periodismo le va bién.
Bueno amigo te espero.
Para lo que necesites tu sabes que aqui tienes una familia que te quiere mucho.
Enrique, Ginza y demas.




Em tempo, eles se comunicam com a gente via internet também.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Reinvindicações aparentes, segregação racial evidente

Domingo, 3 horas da manhã.
Estamos parados em meio ao metro quadrado mais caro da capital do Rio Grande do Sul. Antes, passamos na avenida de um shopping classe A, por concessionária da Mercedes e por um McDonald's.
Deu pra ver algumas mansões, alguns condomínios horizontais que, de fora, mais parecem grandes prisões - chiques -, pela altura de seus muros.
O sono pegando forte, afinal, ontem havia sido sábado e a viagem de domingo não fora planejada.
Mas lá estávamos nós, uma equipe do Coletivo Catarse, Gustavo, Valentim e Bolivar, parados em frente a uma obra embargada, um "prédio pros filhos dos bacanas" - ouvimos isso outra vez que estivemos por ali.
Na contemplação daquela noite quieta, impossível não mirar à esquerda a grande placa que dá a entrada naquele que talvez seja o grande símbolo contemporâneo da luta popular e da resistência nos espaços urbanos aqui do sul: o Quilombo da Família Silva.
Entre um mate e outro, conversa indo sobre o que encontraríamos no nosso destino, eis que chegam as lideranças do Movimento Negro Unificado e outro do próprio Quilombo.
Pronto, podemos ir!
Foram cerca de 4 horas de estrada até Bagé - o mais novo ponto de disputa por território que vem contrapondo os ávidos defensores do ruralismo aos pequenos e ao trabalho do INCRA (clique aqui para ler nota oficial).
Saímos do asfalto e entramos em uma estrada de chão batido, 15 quilômetros mais tarde, uma barricada com grandes galhos impedia a nossa passagem, mais adiante era possível perceber um acampamento num entroncamento da mesma estrada.
Arrastamos uns galhos, passamos pelo canto, crianças que estavam escondias correram pra avisar alguém de alguma coisa e cruzamos pelo acampamento onde um casal tomava um mate.
Nos olharam, não cumprimentaram - o que seria de praxe pelas bandas do interior.
Dobramos à esquerda, seguimos, atrás de nosso comboio apareceu um quarto carro, ou melhor, camionete, estranho a nosotros.
Chegamos ao nosso destino, e aquele último, com a certeza de sua missão cumprida, passou, olhou, fez a volta e sumiu pelo caminho que viemos.
Lá, no agora Quilombo das Palmas, fomos recebidos e colocados em uma roda embaixo de um pequeno capão de mato, atrás de uma simples casa, circundados por gatos, cachorros, cabras, vacas e tudo mais o que a natureza pode nos proporcionar de um cenário bucólico como este.
Na conversa, os representantes de movimentos de resistência afirmaram seu apoio na luta pela demarcação das áreas de quilombo - que vão, para além dos trezentos e poucos hectares já existentes, segundo laudo antropológico, aumentar em mais de 400 hectares a área daquelas 42 famílias.
Causou "estranheza" - claro que não! - a todos o fato de que, por já 13 dias, aqueles ruralistas estariam fazendo barricadas em via pública, teriam impedido o trabalho de um órgão federal como o INCRA e constrangido não só trabalho da Procuradoria do MPF, mas a vida de todas aquelas pessoas que passam por ali, amigos, parentes ou simplesmente passantes, e absolutamente nada foi feito no sentido de se resolver a situação.
Fossem os "times" trocados, fosse o movimento social no lugar dos ruralistas e certamente, no primeiro dia, até helicópteros da Brigada Militar estariam sobrevoando o local - esta era a visão unânime de todas as lideranças presentes na reunião.
Após os encaminhamentos e um belo almoço, saímos de volta, rumo a Porto Alegre.
Na passada pelo local do acampamento, já não eram somente duas, mas umas vinte pessoas. No cenário montado, dava pra perceber um pernil de ovelha assando e latas de cerveja espalhadas - tudo muito normal, inclusive. A barricada já não existia mais.
Enquanto os membros do nosso comboio passaram, o dever nos fez parar, descer e conversar.
Nos atendeu para uma entrevista aquele que havia nos seguido lá, às 8 horas da manhã, até a entrada da área quilombola.
"Nosso problema não são os negros, é com o INCRA!"; "O INCRA está colocando o negro contra o branco, o pobre contra o rico!"; "Por que eles querem fazer uma associação? Por que dar as terras para uma cooperativa? Por que não deixar a terra no nome dos que já estão aí?"; "Nunca teve quilombo aqui! Quilombo é área de escravos que fugiram. Aqui, esse pessoal sempre esteve aí."; "Pra que mais 400 hectares? É o MST travestido por trás disso..." - e por aí iam as colocações.
Estávamos cercados, impossível não dizer que nos sentimos coagidos, mas fomos, sim, respeitados pelos ruralistas, nos identificamos enquanto comunicadores que exploram o ponto-de-vista dos movimentos sociais e retornamos a Porto Alegre.
Na bagagem, cerca de 2 horas de material captado em vídeo, depoimentos dos dois lados e a certeza de que ali, por detrás da cortina da desapropriação de terras, se desenha mais um desdobramento evidente do que está acontecendo no Brasil: a LUTA DE CLASSES.

Alguns dos presentes na reunião: na mesa, nossa arma, a câmera, ao fundo, Valentim e Bolivar são participantes, por detrás desta foto está o meu olhar.

O Griô é um caminhante, cantador, poeta, contador de histórias, genealogista, mediador político. Negro.


- confira matéria no site da Catarse, clique aqui

Publicitários brasileiros são idiotas demais para bem explorar simples idéias...

Nova tecnologia vai revolucionar o mercado de publicações

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Um Brasil pra dar certo mesmo!

Certa vez - aliás, todas as vezes - uma das revistinhas que os direitosos amam de paixão, mas que fala só pra eles, vociferou que o Brasil do fundamentalismo agrário era o que dava certo.
Omitiu, no entanto, que as extensas terras em que é plantada principalmente a soja são, em sua maioria, griladas e de florestas arrasadas.
O agrofundamentalismo está matando o Brasil, modificando nosso clima, assassinando pessoas e exportando riqueza sei lá pra onde.
Enquanto isso, fazendo trabalho de formiguinha, tem o MST e outros movimentos na luta pela distribuição de terra e alternativas que façam do uso da mesma tanto a sustentabilidade natural como a alimentar - porque essa merda dessa soja que plantam pra tudo que é lado ninguém come.
Segue material produzido pela Catarse pra conferir o que estou falando:

Estamos disponibilizando na íntegra, mas em 4 partes, o vídeo promocional sobre o Projeto PANCs, elaborado pela nutricionista Irany Arteche para assentados do MST/RS e promovido pela Superintendência da CONAB/PNUD, com oficinas ministradas pelo botânico Valdely Kynupp sobre plantas com grande potencial alimentício e de comercialização, mas que costumam ser negligenciadas. "Somos xenófilos, o brasileiro não come a biodiversidade que tem", adverte Valdely.

O objetivo do registro é colaborar na divulgação desta experiência para outros assentamentos de reforma agrária e organizações de agricultores familiares nas diferentes regiões do Brasil. Servirá como material pedagógico para cursos que tratem de alternativas para agricultura familiar, segurança alimentar e nutricional, diversificação agrícola, processamento de novos produtos e alimentos.

- clique aqui

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O que há com o Grêmio?

Ou Porque estou deixando de ir nos jogos

Há algo estranho acontecendo com o Grêmio.
Depois daquela década de 1990, pelas mãos de Felipão e Paulo Paixão e gerenciamento de Fábio Koff e Cacalo, o Tricolor veio sistematicamente ano após ano perdendo...a alma!
Foram anos de coração na ponta da chuteira, um ímpeto que fazia corar a torcida, que estimulava até nas piores derrotas o crescimento do amor.
Se falava em camisa, em raça, em nunca desistir.
O tempo passou, o time desmontou.
Veio Celso Roth em 1998, talvez num suspiro de um trem que ainda empurrava desde o retorno da segunda divisão, iniciando-se em 1993, chegando à estação em 1997, mas ainda com fôlego para pegar uma vaga nas oitavas-de-final do Brasileiro daquele ano.
Claro, foi isso que iluminou os caminhos de Zé Alcino, que destruiu a Portuguesa na última rodada no Olímpico, que empurrou o interzinho pra fora da zona de classificação.
Foi a brisa que ainda soprava, agora tímida, que inspirou o centroavante Clóvis naquele voleio e Itaqui naquele pombo-sem-asas no Pacaembu, nos garantindo ainda vivos no playoff melhor-de-três de um formulismo absurdo (não fosse isso, teríamos nos classificado, o Corinthians caído e haveria outro campeão em 1998).
E, então, não de repente, já não existia mais sombra de nada.
Veio a ISL, Amato, Astrada e a volta de Paulo Nunes desastrada.
Passaram Guerreiro e sua gangue, lavaram o cofre, descontaram o cheque (um se provou que tentaram), diziam que seria um novo Grêmio, o clube do futuro.
Do futuro quebrado - o clube, não eles.
Em 2001, mesmo assim, um time bom, mas nem tanto - ok, o melhor desde Felipão.
Tentou-se, sim, com Gilberto, Tinga e alguns outros bons.
Mas não deu.
Como muito se gozou do interzinho e se gritou "Olímpia! Olímpia!" por tempos na década de 1980, nas arquibancadas do Olímpico, como um bumerangue, caímos nós diante de Enciso com sua camiseta colorada por debaixo do manto alvi-negro paraguaio.
Em mais um pouquinho morreu o espírito Tricolor.
Lembro que era época de eleição, e tinha um comitê de um dos gestores da fraude do Detran (segundo o MPF), seu ZeÓ Fala, liderança! ao lado do estádio.
E o buraco aumentava.
Veio 2003, não fosse aquela galera em Criciúma - eu estava lá - colocando mais torcida no estádio adversário do que os de casa, o inferno viria antes.
Claro, o inferno...de novo.
Como não poderia deixar de ser?
Quando aclamaram no cabresto o Obino, estava na cara, desenhado no html do site.
2004 batemos o recorde de derrotas, fomos o pior dos últimos colocados da história do Brasileirão. Chamaram até o capelão Cláudio Duarte pra velar o cadáver nas últimas rodadas.
Então, em 2005, 4 a 0 para o Anapolina.
Mesmo assim, um pouco de alma ainda nos restava.
Como uma Fênix, pelos mãos do encantado Galatto e dos pés do genial Ânderson, triunfamos na Batalha dos Aflitos - claro, com os pratas da casa!
Agora ia!
Foi?
Não...
2006, 2007, 2008, 2009.
Sem coração, sem nada, só lampejos, como o Gauchão que vencemos empatando no Beira Lago. Em 2007, talvez, naquele primeiro semestre, na Libertadores... É. Ali tinha, sim, resquício de coração, ainda, porque conseguir chegar à final com Ramón e Patrício no time, só na superação mesmo.
Mas já não era mais a regra.
O coração fora relegado pelos negócios e pela políticagem definitivamente.
E 2010 está assim, um tanto mais insosso - mesmo que se tenha os melhores jogadores desde os áureos dos anos 1990.
Meu Tricolor batendo recordes de vitórias seguidas e de invencibilidade em casa, e eu observando aquilo tudo absorto, como se visse conscientemente uma miragem.
Meu gremismo inabalável me levou a Caxias, naquele potreiro do Jaconi.
2 horas de chuva na cabeça pra ver um time sem coração, pro Silas não colocar o Mithyuê, pra ver dancinha do Jonas...
E, então, vem a derrota para o Pelotas, um punhalaço, um tiro de misericórdia.
Lembro de ter me sentido assim, parecido, quando daquela derrota para o Corinthians, na Copa do Brasil de 1995, uma dor imensa, uma ânsia.
Mas acontece que lá em 1995 havia coração, e a torcida, de imediato, cantou o nosso hino - "Até a pé nós iremos!".
Ninguém saiu, todos transformaram aquela decepção em um arrepio coletivo, uma catarse emocionante, uma ode aos guerreiros Tricolores: "Nós saberemos te honrar!".
E hoje? Nem a camiseta mais lembra o Grêmio...
No campo, 2 a 0 para o Pelotas, roubadaço na cara dura - e ninguém se indigna.
Assisti perplexo àquele jogo. E me abalei.
Não fui ontem. Não sei quando voltarei ao estádio.
Nem quero mais que o Victor fique.
Cada dia mais triste, mais longe...
Dói muito o que estou sentindo.

Saudações...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

PRBS transforma flagrante em suspeita para aliviar seus "filhos"

É descarada a manipulação.
Se você ainda é um daqueles céticos que insistem em chamar de teóricos da conspiração as pessoas que fazem a análise crítica da mídia, bom, aqui está a prova provada.
Talvez seja mais fácil neste texto porque não envolve política, preferências clubísticas ou ideologias diretas, partidárias ou não, nem o MST.
É uma notícia de polícia, em que o texto é totalmente contrário à manchete.
Olha só:

Universitária e homem são presos por suspeita de tráfico de drogas na Capital
Casal foi detido em um posto de gasolina da avenida Assis Brasil

Agentes da 1ª Delegacia do Denarc (1ª Din) prenderam, na noite de ontem, um casal de namorados suspeito de traficar drogas na Zona Norte da Capital. O homem, de 28 anos, e a estudante de jornalismo, 24 anos, foram detidos em um posto de gasolina da Avenida Assis Brasil, onde foram flagrados entregando um tijolinho de 46,2g de maconha, no valor de R$ 20, a um usuário.

Na casa do suspeito, a polícia encontrou mais 424,2g de maconha, 89g de cocaína, 436 micropontos de LSD - o equivalente a 1.744 doses individuais - e uma balança digital dentro do roupeiro . Na carteira da jovem, ainda foram localizados dois comprimidos de ecstasy.

O casal foi conduzido ao Denarc. Depois de autuados em flagrante, seguiriam para o sistema prisional. À polícia, o homem disse ser usuário e que comercializa para sustentar o vício. Já a estudante negou estar colaborando com o namorado.
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Como assim "suspeita"???
Bah, véio, pelamordedeus, é FLAGRANTE!!!
Claro, eu entendo isso, até porque me formei em jornalismo na escola técnica do PRBS, que é a Famecos.
Inclusive, na minha época, o tráfico de LSD (doce, a c, que seja) era solto e rolava direto nas festinhas da galera - maconha nem vou falar.
Não sei se essa garota está fazendo o seu curso lá, mas o que experenciei na época faz até eu, sem conhecer esses dois, imaginar seus rostos...
Aliás, nem sei como anda isso agora.
Festas universitárias saíram do meu cardápio há tempos.
Envelheci?
Pode até ser, mas o PRBS continua o mesmo, protegendo dos seus com o anonimato e manipulando na cara dura tudo o que é tipo de informação.
Se você realmente acho que está se informando lendo essas porcarias, está na hora de repensar tal ingenuidade...

- link original da matéria

Um tema para entender o mundo dos fundamentalistas da direita

terça-feira, 13 de abril de 2010

O fundamentalismo da direita se expressa de várias formas, agora, os agroxiitas impedem o INCRA de trabalhar em Bagé

Filhos da puta!
Sim!
Isso mesmo, xingamento purinho assim, enchendo a boca: FILHOS DA PUTA!!!

A Superintendência Regional do Incra no RS vem a público lamentar a situação de conflito criada em Bagé por proprietários rurais. Hoje pela manhã, técnicos do Incra estiveram a campo iniciando o levantamento fundiário necessário ao Relatório Técnico de Identificação e Delimitação do território da comunidade quilombola das Palmas. Um grupo de ruralistas cercou a equipe e não permitiu a realização do trabalho, dentro da área do próprio quilombo, em atitude totalmente ilegal e incompreensível.

- leia a íntegra da nota da assessoria de imprensa do INCRA no site da Catarse clicando aqui

MALCOLM X: OUR HISTORY WAS DESTROYED BY SLAVERY

Ours too, Malcolm, ours too.

- sobre ele

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Outono combina com The Strokes

Hard to Explain

Da Agência da Cannabis Medicinal: Maconha, medicamento que renasce

Hoje, a maconha e seus derivados são reconhecidos como medicamentos em pelo menos quatro países. Nesses, já existem medicamentos para tratamento de náuseas e vômitos causados pelos anticancerígenos, da caquexia (enfraquecimento extremo) aidética e cancerígena, dores crônicas neuro e miopáticas como ocorrem na Esclerose Múltipla, entre outras patologias. Um desses medicamentos já está sendo exportado para outros 24 países.

Para lidar com a maconha como medicamento, a ONU recomenda a criação de uma Agência Nacional da Cannabis Medicinal para aprovar e controlar adequadamente seu uso médico.

O Simpósio Internacional: “Por uma Agência Brasileira da Cannabis Medicinal?” reunirá cientistas do Brasil e do exterior, sociedades científicas e Agências Governamentais para discutir a oportunidade de ser criada a Agência Brasileira da Cannabis Medicinal, que permitiria e controlaria o uso médico da maconha e seus derivados.

O evento acontecerá nos dias 17 e 18 de maio no Teatro Marcos Lindenberg da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

http://www.cannabismedicinal.org.br/programacao/

Em tempo, este blog é a favor da descriminalização do uso da cannabis, não a legalização, mas, sim, reiterando, a descriminalização.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Trabalhadores de cervejaria entram em greve por não poderem beber fora do almoço

A cerveja dinamarquesa Carlsberg tem fãs devotos em todo o mundo. Inclusive em sua fábrica. Imagine o que aconteceu quando a direção da empresa resolveu limitar o consumo da bebida em suas dependências.

Em torno de 800 trabalhadores entraram em greve nessa quarta-feira para protestar contra a decisão da Carlsberg de limitar o consumo de cerveja ao horário de almoço. Os motoristas da cervejaria continuaram a ter o direito a três cervejas fora do recesso do meio-dia, e os trabalhadores do armazém querem o mesmo benefício.

Antes, eles podiam adquirir cervejas nas geladeiras espalhadas pela empresa. Agora, o único lugar onde ela está disponível é na cantina. A greve dos trabalhadores da área de armazenamento está sendo aderida por outros departamentos da Carlsberg, o que vai causar atrasos nas remessas da cerveja para outras partes do país e da Europa.

Apesar de poderem beber nas dependências da empresa, os motoristas são expressamente proibidos de consumirem álcool quando estão dirigindo, e um sistema os impede de ter acesso às cervejas que transportam.

- do Pop News

Salto alto + arbitragem desastrosa + treinador sem atitude = CATÁSTROFE

O jogo de ontem foi uma catástrofe.
Não é terra arrasada, não. O Grêmio tem um time bom.
Mas o simbolismo da derrota de ontem é demais.
O time entrou mal em campo, novamente mal escalado - Maylson só se mantém pela pressão da imprensa e porque tem feito gols, porque sua contribuição no meio-campo é nula.
E quando o craque do time vai mal - muito mal! -, o que faz o técnico?
O mantém em campo...
Porra! Tirasse o Douglas logo e colocasse o Mithyuê ou o próprio Hugo...
Ele é muito bom, mas por que não substituí-lo em uma jornada ruim?
Falta pulso, falta abafa, falta literalmente "culhão" no time e fora de campo.
Esse sem vergonha desse juizinho safado, um talzinho que SEMPRE rouba do Grêmio, foi condescendente do início ao fim com a cera do Pelotas. Não falo nem do segundo pênalti - no primeiro, Victor de adeus ao Grêmio -, mas do jeito que ele apitava parecia debochar do fato de que seria o pivô da quebra de uma invencibilidade de mais de 50 jogos do Tricolor.
E ninguém pra peitar o cara.
Mesmo assim, o Grêmio deveria passar por sobre a arbitragem, deveria ter patrolado o bom esquema montado por Beto Almeida.
Jogamos melhor, mas não o suficiente.
E, na hora de mexer, o Silas repete uma rotina irritante: mexe para trás.
Sua primeira substituição nunca é aquela feita pra colocar o time pra frente, sempre sai um atacante pra entrar um meia, ou coisa parecida.
E ele, definitivamente, pegou no pé do Mithyuê, não sei porquê.
Menos mal que aconteceu agora e não contra o Avaí.
Agora é esperar ou Pelotas ou interzinho pra decisão e ir com tudo na Copa do Brasil.
Chacoalhem as coisas por aí, Grêmio!!!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

É óbvio que houve interferência política no trabalho da Polícia Civil no caso Eliseu - nos tiram para trouxas!

Aqui segue carta de policial civil recebida pelo jornalista Marco Weissheimer, do RS Urgente:

O desabafo de um policial civil

Um policial civil gaúcho enviou uma carta ao RS Urgente registrando seu desconforto com a interferência política e a falta de autonomia que estariam atingindo o trabalho da instituição no governo Yeda Crusius. Para evitar represálias, sua identidade será preservada. Segue o desabafo do servidor público:

Trabalho na Polícia Civil o tempo suficiente para entender (ou não entender) certas coisas que rondam nosso árduo e por vezes misterioso trabalho. Recém formado e com vontade de fazer algo diferente, fiz concurso para uma instituição que pouco conhecia, mas que já no primeiro contato se mostrava apaixonante e dinâmica, principalmente para um jovem idealista como muitos dessa nova geração de policiais.

O ingresso com curso superior com certeza oxigenou nossos quadros, trouxe à baila gente qualificada e com potencial para fazer o que qualquer Polícia Judiciária tem como norte, ou seja, trabalho técnico/profissional e com uma visão contemporânea sobre respeito aos Direitos Humanos. Essa Polícia Civil poderia se distanciar definitivamente daquela que, em outros tempos, serviu de braço de sustentação e fez o serviço sujo no jogo da repressão política.

Ontem porém, acompanhando a coletiva do MP e logo depois a dos responsáveis pelo Inquérito que investigou a morte do secretário, fiquei com a sensação de que cada vez menos entendo como os responsáveis por uma instituição como a Polícia Civil se deixaram levar por pressões, ou quais interesses obscuros puderam desviar a conduta desses policiais da técnica e do profissionalismo.

Afora esses percalços, continuamos, eu e tantos outros policiais dignos desse Rio Grande a lutar por uma polícia com menos interferência política e mais autonomia. Autonomia que incomoda e inquieta, principalmente em se tratando de um governo imerso em denúncias como o da governadora Yeda.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Tem cadeado? Então fecha essa m* de Jaconi!

Já deve fazer uns 10 anos que vou em mais da metade dos jogos lá no Jaconi. No Centenário não vou mais, pelo menos até que se resolva o problema da chuva de pedras que sempre vem.
Até há bem pouco tempo o espaço completo de trás da goleira era destinado à torcida adversária, cerca de 5 mil lugares - sempre lotava.
Pois reduziram pela metade este espaço e literalmente ficamos no cantão, num puleiro - 3 mil pessoas!
Aquilo é um arremedo de estádio!
Fizeram modificações, ficou bacana a parde das sociais sob os camarotes, as cadeiras sempre foram ok, mas... As condições para a torcida visitante são as piores possíveis.
Já era assim, eu sabia, mas fui mesmo assim.
Peguei o ônibus aqui na rodoviária às 7:45, fizemos um churras na casa de um amigo e fomos à peleia - sempre foi peleia contra o Juventude.
Mas o jogo foi fácil, bem controlado.
Bombardeio, com Bérgson mostrando que é MUITO melhor que William.
Com Fábio Santos mostrando que deve ir, sim, para o Benfica.
Com William Magrão voltando melhor do que um dia foi.
E com Jonas sendo Jonas - gols e erros de gols na cara.
O Grêmio tocou bem a bola, trocou muitos passes, a bola passou pouco pelos pés de Maylson e Adílson, muito mais pelos pés de Douglas. Resultado? Passes certos, enfiadas e jogadas perigosas.
O timecozeco do Juventude, um dos piores que já vi, dava dó.
Entre uma limpada e outra dos meus óculos que toda hora se encharcavam com a chuva intermitente eu dava risada daquela piada que virou a outrora terceira, quase segunda, força do futebol gaudério.
Fizeram gol na deficiência do Fábio Santos e Victor defendeu um outro chute e pronto, nada mais.
Se empatasse, nitidamente o Tricolor desempataria a qualquer momento, tamanho era o controle do jogo que se apresentava.
Hugo também entrou bem - e é assim que acredito que ele possa ser mais efetivo no Tricolor, como uma espécie de 12º titular.
Rochemback já era, por favor...
E faltou entrar Mithyuê.
Acho que Silas deu uma de treinadorzinho que quer passar uma mensagem de controle, de não dependência de um jogador para os sucessos dentro de campo.
Espero estar enganado.
Agora, voltando aos cacienses alvi-verdes, pergunto:
Tem cadeado?
Tem!
Então fecha essa porcaria.
Duas vitórias em 15 jogos no Gauchão é dose...

sexta-feira, 2 de abril de 2010

A alforria de um cooperado

Jefferson é um cidadão comum.
Na sua vida batalhou por diversas coisas.
Uma delas foi a sua própria educação.
Como muitos, embarcou na aventura do crédito educativo - a única alternativa que teve para manter seus estudos em jornalismo.
Formou-se, fundou a Catarse.
Jefferson continuou pagando, pagando e pagando...
Já não pagava mais o justo, mas, sim, o juro - como muita gente neste Brasil.
Mas, como honesto que é, continuou pagando, pagando e pagando...
Mas Jefferson trabalha - e muito!
Jefferson é, também, um sonhador com objetivos bem claros.
A Catarse é sua, é sua cara, imagem e semelhança.
Pelas suas forças e pelas forças de seus colegas, Jefferson quitou sua dívida com os escravistas modernos das financeiras que pipocam por aí.
Ficou a dívida com a cooperativa, sua segunda casa, que não cobrou um centavo sequer de juro - até porque Jefferson não poderia cobrar juro de Jefferson.
Ontem, no dia 1º de abril de 2010, Jefferson se sentiu mais livre, mais leve.
Conseguiu pagar a última parte daquilo que devia para quitar 15 anos de prestações do seu diploma.
Jefferson é muito mais jornalista, profissional, do que o curso que ele fez o pretendia fazer.
Jefferson pagou muito mais do que deveria pagar.
Mas cumpriu o seu compromisso, por justo que é.
Não fosse a Catarse, onde estaria Jefferson hoje?
Oras, Jefferson É a Catarse.
Todos nós somos Jefferson!!!

Esta é uma homenagem de seus colegas, meu amigo!
Parabéns!!!


obs: este foi o brinde com umas cervejas artesanais sensacionais que tomamos na Toca do Vice (VInho e CErveja), clique aqui para conhecer, vale muito a pena!


quinta-feira, 1 de abril de 2010

Pra não nos esquecermos jamais!

Que a história horrível da ditadura no Brasil não se apague nunca pra que jamais isto se repita!
Exigimos a abertura total e irrestrita dos arquivos da ditadura e a responsabilização dos assassinos que a sustentaram!
Direita nojenta...







- a leitura do Dialógico é indispensável, clique aqui.